quinta-feira, 25 de abril de 2013

Quando a câmara é o olhar de uma criança

A escritora de canções Joni Mitchel disse um dia: "Quando o espírito da brincadeira das crianças entra no processo criativo, é uma força maravilhosa, algo a ser alimentado". Foi com esse espírito que Maria de Medeiros realizou o filme "Capitães de Abril", mostrando-nos o dia 25 de Abril de 1974 a partir do olhar delicado e mágico de uma menina - a criança que Maria de Medeiros nesse tempo foi. Deixamos aqui a canção que o seu pai, maestro António Victorino de Almeida, compôs para a banda sonora do filme: "As brumas do futuro", interpretada pelos Madredeus com a melíflua voz de Teresa Salgueiro.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Uma casa para imaginar

O nosso terraço está todo orgulhoso com a sua nova casa de madeira. É que um recreio não o seria completamente se não tivesse estes recantos mágicos onde a pequenada se pode refugiar. Uns dizem que lá dentro há o mapa do tesouro maior do mundo, escondido por um temível pirata. Outros discordam, jurando a pés juntos que se trata de um palácio no fundo do mar, onde se encontra aprisionada uma linda sereia. Eu cá acho que é tudo isso e, muito mais, ao mesmo tempo. Uma casa feita do tamanho da imaginação, e, por isso, infinita...

terça-feira, 23 de abril de 2013

Dia Internacional do Livro

Hoje, 23 de Abril, comemoramos um dia muito especial para nós: o Dia Internacional do Livro. Celebramos a efeméride aqui no Blog, destacando um dos livros do nosso Cantinho de Leitura: "A Lagartinha muito comilona", escrito e ilustrado por Eric Carle. Um livro literalmente delicioso: "No sábado comeu uma fatia de bolo de chocolate, um gelado, um picle, um bocado de queijo, uma rodela de chouriço, um chupa-chupa, uma fatia de tarte de cereja, uma salsicha, um queque e um pedaço de melancia. Nessa noite, a lagartinha teve uma grande dor de barriga!" Enfim: um livro para devorar...

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Out Jazz

Para cultivar desde cedo a sensibilidade do seu filho a formas musicais mais elaboradas, porque não levá-lo ao Festival "Out Jazz" (a entrada é livre) que invadirá os principais jardins de Lisboa entre Maio e Setembro? Os concertos acontecerão ao final da tarde (a partir das 18h às sextas-feiras e a partir das 17h aos domingos) e serão disponibilizados confortáveis pufes para nos instalarmos. O arranque oficial é já dia 3 de Maio (sexta) no Jardim do Príncipe Real e no domingo seguinte (5 de Maio) poderemos ouvir o Carlos Martins Quarteto a deslumbrar o Parque Tejo na Expo. Consulte aqui o  programa para marcar já na sua agenda. É que o Jazz é também para a pequenada...

domingo, 21 de abril de 2013

Indie Júnior


Está a decorrer o Indie Júnior, uma das raras oportunidade para assistirmos a cinema de animação independente que não aparece no circuito comercial. Deixamos aqui a programação.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Adeus, Pantagruel

 
A Chuva de Papel está triste: o Pantagruel, que era o maior dos nossos peixes, morreu ontem. Uma escola é também isso, um sítio onde o ciclo da vida acontece, e em que todos partilhamos juntos a dor quando algum dos nossos amigos parte. Adeus, Pantagruel.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Manual de instruções para uma infância feliz



Os bebés estabelecem, desde muito cedo, uma ligação preferencial com as suas figuras cuidadoras (normalmente os pais), procurando a sua proteção e "estranhando" os desconhecidos. Um bebé que se sinta protegido pelos pais tenderá a ser um adulto confiante em si mesmo e nos outros. Dada a força desta ligação (designada em psicologia por vinculação), o primeiro ingresso na creche é um momento inicialmente difícil para os pais e para o bebé. Os educadores têm, então, um papel fundamental em facilitar a adaptação do bebé. Um bebé não fala mas expressa perfeitamente os seus sentimentos através da sua rica comunicação não-verbal. Cabe a nós, educadores, entrar nesse diálogo, respondendo sempre aos pedidos emocionais do bebé.

domingo, 14 de abril de 2013

Filosofia com Crianças




O que é isso de filosofia com crianças? Ensinar Platão à pequenada? Nada disso. É seguirmos as inquietações das próprias crianças em relação ao mistério do mundo, imergindo nas suas extraordinárias respostas. Contamos, para isso, com a ajuda deste livro que temos no nosso Cantinho de Leitura: "O Sentido da Vida", da autoria de Oscar Brenifier e Jacques Després, e editado entre nós pela Edicare. É como diz o livro: "Não existe uma resposta única para as grandes questões da vida. Não existe uma única forma de pensar. Cada um tem de descobrir, de procurar, de construir a sua... Doze ideias sobre o sentido da vida confrontam-se neste livro: algumas pessoas pensam que é sempre igual, outras que ela é diferente todos os dias. Algumas acham que a vida é um jogo, outras que ela é difícil.E tu?"
 
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Na grafonola da Chuva de Papel...

... gira Nara Leão a 78 rotações por minuto. Roberto Menescal, outro dos fundadores da Bossanova, acompanha-a à viola. São três os clássicos que aqui revisitam: "O Barquinho", "O Pato", e "Manhã de Carnaval". Deixamos aqui a letra da primeira, consentânea com o bom tempo que finalmente começa a chegar:

"Dia de luz, festa de sol
E o barquinho a deslizar
No macio azul do mar
Tudo é verão, o amor se faz
No barquinho pelo mar
Que desliza sem parar
Sem intenção, nossa canção
Vai saindo desse mar
E o sol
Beija o barco e luz
Dias tão azuis
Volta do mar, desmaia o sol
E o barquinho a deslizar
E a vontade de cantar
Céu tão azul, ilhas do sul
E o barquinho, coração
Deslizando na canção
Tudo isso é paz
Tudo isso traz
Uma calma de verão
E então
O barquinho vai
E a tardinha cai" 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

No cantinho de leitura da Chuva de Papel...

Chama-se "O sapo apaixonado", foi escrito e ilustrado por Max Velthuijs, e é editado pela Caminho. Fica aqui um pedaço:

"O Porquinho assustou-se muito quando o sapo de repente caiu do céu.
- Parece que estás melhor- disse o Porquinho.
- E estou! Sinto-me óptimo- disse o Sapo. - Estou apaixonado!
- Bem, isso é uma boa notícia. Por quem é que estás apaixonado?- perguntou o Porquinho?
O Sapo não tinha tido tempo para pensar nisso.
- Já sei!- disse ele. - Estou apaixonado pela linda e adorável patinha branca!
- Não pode ser- disse o Porquinho. - Um sapo não pode estar apaixonado por uma pata. Tu és verde e ela é branca. Mas o Sapo não se importou com is..."

terça-feira, 9 de abril de 2013

O Pedro e o Lobo

Um pai que queira mostrar bom cinema de animação às suas crias depara-se em Portugal com um sério problema: fora dos festivais de cinema da especialidade (que existem apenas sazonalmente) quase nada há no circuito comercial. Há, contudo, algumas excepções, e, felizmente, o Pedro e o Lobo de Prokofiev (realizado por Suzie Templeton em 2006) é uma delas, estando à venda em qualquer Fnac. Recorrendo à paciente técnica do stop motion (esta curta metragem de 34 minutos demorou 5 anos a fazer!), Suzie Templeton recria o clássico de Prokofiev, dando-lhe, inclusive, um final diferente, mais consentâneo com o espírito ambientalista dos novos tempos: o lobo não é preso no zoo como na versão original mas, sim, solto na floresta pelo próprio Pedro.  Apesar desse toque de modernidade, a música de Prokofiev, composta em 1936, continua a ser a principal protagonista, mantendo-se a realizadora fiel ao  objectivo didático subjacente à composição original: mostrar às crianças o som de diferentes instrumentos. E a subtileza de Suzie Templeton é prodigiosa, conseguindo contar exemplarmente a história sem recorrer a qualquer diálogo ou narração. Ora espreitem lá...
 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Uma abordagem colaborativa


No nosso cozinhado pedagógico, um dos ingredientes fundamentais é a abordagem Reggio Emilia (fundada por Malaguzzi em 1945), nomeadamente no que respeita a amplificação da "voz" dos pais no processo educativo dos seus filhos. Esta atitude participativa remonta à origem do movimento. A Itália do pós-guerra estava devastada e, nos arredores da cidade de Reggio Emilia, Malaguzzi viu o incrível acontecer: os habitantes venderam destroços de guerra deixados pelos alemães, compraram pedra, areia e madeira, e com as próprias mãos, construíram creches e jardins de infância para os seus filhos. E foi sempre assim o espírito Reggio Emilia: os pais - e toda a comunidade - sempre constituíram  um dos eixos fundamentais da escola, sendo envolvidos activamente na elaboração e implementação do currículo, no mesmo plano que os educadores. Também é essa a filosofia da Chuva de Papel:  uma abordagem, acima de tudo, colaborativa.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A criança que fomos e sempre seremos

Todos temos a criança que fomos dentro de nós. Um lado mágico, brincalhão, inocente, que ainda subsiste algures. O exercício que Chico Buarque faz nesta canção ("João e Maria") é revisitar esse lado inocente da infância, contrastando-o, no final, com o lado mais desencantado da vida adulta. Um desencanto que descalçamos sempre antes de entrar na Chuva de Papel:
 
"Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês..."
 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Dia Internacional do Livro Infantil

Hoje comemora-se o Dia Internacional do Livro Infantil. Mas o que é afinal isso de um livro infantil? Que particularidades é que os livros para crianças deverão então ter? José Saramago procura responder a essa interrogação no seu livro: "A maior flor do mundo" (ilustrado por João Caetano e editado pela Caminho): "As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças, sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá-las complicadas. Quem me dera saber escrever essas histórias, mas nunca fui capaz de aprender, e tenho pena. Além de ser preciso saber escolher as palavras, faz falta um certo jeito de contar, uma maneira muito certa e muito explicada, uma paciência muito grande..." Saramago continua, argumentando que nenhuma dessas qualidades reúne, mas o que é certo é que o livro se vai escrevendo, prendendo o pequeno leitor do princípio ao fim. Um livro que, claro está, se passeia pelo cantinho de leitura da Chuva de Papel...